Israel suspendeu a transferência de impostos ao governo palestino, afirmaram veículos de imprensa israelense no sábado. A medida vem em retaliação à decisão da Autoridade Palestina de pedir admissão no Tribunal Internacional de Justiça.

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De acordo o jornal Haaretz, Israel reteve a transferência de receitas de impostos que iriam para a Autoridade Palestina, que em dezembro somaram cerca de US$ 127 milhões. A coleta de impostos em nome dos palestinos é algo que faz parte dos acordos de paz entre os dois países.

Um oficial israelense que preferiu não se identificar confirmou a notícia, mas não quis fazer comentários.

A notícia chega na mesma semana em que Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, afirmou que os palestinos pedirão admissão no Tribunal Internacional de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU). O movimento abre caminho para a acusação de líderes israelenses por causa de crimes de guerra.

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O movimento assinala uma grande mudança de tom no esforço palestino de forçar o país vizinho a voltar atrás na política de assentamentos. A medida foi criticada por Israel e pelos Estados Unidos, que a consideraram “contraproducente.”

A estratégia também é arriscada, uma vez que os palestinos também podem ser acusados de crimes de guerra. O grupo Hamas, que forma um governo de unidade com a Autoridade Palestina, é conhecido por lançar foguetes direcionados a áreas residenciais em Israel.

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Saeb Erekat, um negociador palestino, acusou a manobra israelense de “pirataria” e “punição coletiva”. “Se Israel acredita que a pressão econômica irá conseguir nos demover de nossa busca por liberdade e independência, então eles estão errados”, afirmou. “Estes recursos são palestinos, Israel não está doando nada.”

A interrupção da transferência desses recursos já foi utilizada pelos israelenses em outras ocasiões. No entanto, as suspensões sempre tiveram vida curta. Israel também pode aplicar outras formas de retaliação, como acelerar a construção de assentamentos na Cisjordânia ou cortar certos direitos palestinos. Os Estados Unidos, os maiores financiadores da Autoridade Palestina, ainda não disseram como irão reagir ao anúncio de Abbas, mas doam todo ano centenas de milhões de dólares às autoridades palestinas.Fonte: Associated Press.