A Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou hoje uma resolução que critica Israel e seu programa nuclear. Foi a primeira vez que tal crítica foi feita ao Estado judeu.
O resultado foi uma derrota não apenas para Israel, mas também para os Estados Unidos e outros apoiadores do Estado judeu, que durante 18 anos fizeram lobby para que a questão não fosse levada a voto.
“Essa abordagem é altamente política e não responde verdadeiramente às complexidades em jogo no que diz respeito a importantes questões nucleares no Oriente Médio”, disse David Danieli, diretor adjunto da Comissão Israelense de Energia Atômica.
O texto recebeu o apoio de 49 países-membros da organização – 45 votaram contra e 16 se abstiveram. Dos cinco membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), China e Rússia votaram a favor.
França, Reino Unido e EUA foram contra, assim como todos os membros da União Europeia. Entre as abstenções, destacaram-se as de vários países latino-americanos, como Brasil, Chile, Uruguai, Argentina e Peru. Venezuela, Equador e Cuba votaram a favor da resolução. A delegação de Israel disse que “lamenta a aprovação do texto” e não cooperará com a AIEA.
Israel nunca admitiu oficialmente a existência da armas nucleares. Numa tentativa de influenciar a assembleia antes da votação, o delegado dos Estados Unidos, Glyn Davies, falou sobre a “tentativa de usar essa resolução contra um único país”.
“Israel não cooperará de maneira nenhuma com essa resolução, que foi aprovada apenas para ampliar as hostilidades e as divisões no Oriente Médio”, completou Danieli.