Milhares de pessoas participaram nesta quinta-feira (17) dos funerais de Ehud Goldwasser e Eldad Reguev, os dois soldados capturados pelo grupo guerrilheiro libanês Hezbollah em julho de 2006 e cujos corpos foram repatriados nesta quarta-feira (16) pelo governo israelense em troca da libertação de cinco presos libaneses e os restos mortais de 199 rebeldes. Em Nahariya, ao norte de Israel, políticos, soldados, parentes e amigos acompanharam os cânticos de um rabino militar durante o sepultamento de Goldwasser, capturado com Reguev por um comando da guerrilha libanesa na fronteira entre os dois países dois anos atrás. O incidente desencadeou uma guerra de 34 dias que matou mais de mil libaneses, a maioria civis, e cerca de 160 israelenses, soldados em sua maioria.

continua após a publicidade

Entre os presentes no funeral estavam o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, e o líder do partido de oposição Likud, Benjamin Netanyahu. A família de Gilad Schalit, soldado capturado pelo grupo islâmico Hamas há dois anos, também participou da cerimônia. Envolto em uma bandeira israelense, o caixão foi levado em silêncio por soldados da unidade de Goldwasser. O funeral do outro soldado repatriado, Reguev, será realizado ainda nesta quinta.

No Líbano, os cadáveres dos combatentes libaneses e árabes entregues por Israel na troca foram levados a um hospital de Beirute para exames de DNA. Os cadáveres saíram em comboio da cidade de Naqoura e chegarão ao hospital Razuk, operado pelo Hezbollah, para identificação antes de entregá-los a suas famílias para que os enterrem. No percurso, milhares de pessoas os esperavam, principalmente nas localidades de Tiro e Sidon, onde os habitantes jogavam arroz e pétalas de flores, enquanto as mulheres expressavam sua dor aos gritos.

Enquanto isso, os cinco libaneses libertados assistiram nesta quinta, em Beirute, à Conferência Permanente para a Resistência, durante a qual o chefe do grupo parlamentar do Hezbollah, Mohammed Raad, disse que seu grupo "não desafia a legitimidade de ninguém". "A única coisa que desejamos é preservar a união nacional, mas alguns duvidam da lealdade do Hezbollah", acrescentou. Depois, os cinco libaneses, entre eles Samir Kantar, o ex-preso libanês mais antigo nas prisões israelenses, foram ao Cemitério dos Mártires, na zona sul de Beirute, onde depositaram uma coroa de flores no túmulo de Imad Mugniyeh, responsável de segurança do Hezbollah assassinado em um atentado recente em Damasco.

continua após a publicidade