Israel rejeitou hoje o pedido do governo dos Estados Unidos para suspender um projeto imobiliário em Jerusalém Leste, ameaçando complicar ainda mais o impasse com seu mais forte aliado sobre a expansão dos assentamentos.
Funcionários israelenses disseram que o embaixador do país nos Estados Unidos, Michael Oren, foi convocado ao Departamento de Estado do governo americano neste final de semana e avisado de que um projeto imobiliário tocado por um milionário norte-americano, em Jerusalém Leste, precisa ser suspenso.
Assentamentos construídos em terras reivindicadas pelos palestinos viraram o maior ponto de discórdia nas relações entre Israel e a administração do presidente dos EUA, Barack Obama, por causa do potencial que a questão de terras tem em ameaçar o processo de paz no Oriente Médio.
Embora o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tenha cedido a intensas pressões do governo americano para apoiar o estabelecimento de um Estado palestino, ele tem resistido aos pedidos dos EUA para congelar imediatamente a expansão dos assentos de colonos judeus na Cisjordânia.”Eu posso apenas imaginar o que aconteceria se alguém sugerisse que os judeus não podem viver em certos bairros de Nova York, Londres, Paris e Roma. Certamente, haveria uma grande indignação mundial”, disse Netanyahu.
A comunidade internacional considera como assentamentos a construção de bairros judeus em Jerusalém Leste, a parte árabe da cidade, e que representam um obstáculo ao processo de paz entre israelenses e palestinos, porque esses bairros complicam uma possível divisão da cidade.
Israel não considera os bairros judeus em Jerusalém Leste como assentamentos, porque anexou a área após tê-la capturado na Guerra dos Seis Dias em 1967. A anexação não foi reconhecida pela comunidade internacional.
Jerusalém Leste é uma questão muito intrincado porque abriga muitos lugares sagrados do judaísmo, do islamismo e do cristianismo. Os palestinos querem que o setor árabe da cidade seja a capital do seu futuro estado.
Ao falar neste domingo em Nova Délhi, a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, disse que a administração dos EUA tenta obter um acordo sobre os assentamentos israelenses. “As negociações são intensas e estão em curso”, disse.