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Israel: presos palestinos encerram greve de fome após acordo com autoridades

Centenas de prisioneiros palestinos encerraram neste sábado uma greve de fome que durava 40 dias, depois de chegar a um compromisso com Israel para visitas familiares adicionais, segundo informações de autoridades israelenses e palestinas.

A porta-voz do serviço de prisão de Israel, Nicole Englander, disse que os presos declararam o fim da greve na manhã de hoje. Ela disse que isso aconteceu depois que Israel chegou a um acordo com a Autoridade Palestina e a Cruz Vermelha para que os prisioneiros recebessem uma segunda visita familiar por mês. A principal reivindicação dos prisioneiros era a melhora nas condições de prisão.

A greve de fome evoluiu para um dos mais longos protestos com tantos participantes desde a captura de territórios palestinos por Israel, em 1967, com a expansão do país para a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza.

Englander disse que 1.578 prisioneiros participaram da greve de fome e 834 encerraram o jejum neste sábado. Ela disse que 18 estavam sendo tratados em hospitais.

Muitos israelenses veem os prisioneiros como terroristas e têm pouca simpatia por suas exigências. Mais de 6.000 palestinos estão atualmente presos por delitos ligados ao conflito entre Israel e Palestina, por acusações que vão desde o lançamento de pedras até a posse de armas e ataques que mataram ou feriram civis e soldados israelenses.

Os palestinos classificam os grevistas de fome como heróis nacionais, e o episódio levou a uma rara trégua entre dois grupos políticos rivais do país, o grupo militante islâmico Hamas, que dirige as regiões de Gaza, e o Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas, que administra enclaves autônomos na região. Os palestinos esperavam que o protesto chamasse a atenção de uma comunidade internacional, já que a ocupação israelense completará 50 anos no início de junho.

O ministro israelense da Segurança Pública, Gilad Erdan, alegou que a greve de fome foi motivada por uma luta de poder dentro do Fatah. Ele afirmou que o organizador da greve, Marwan Barghouti, explorou outros prisioneiros para aumentar sua posição no Fatah e firmar posição como um possível sucessor de Abbas. A família Barghouti negou tais alegações.

Qadoura Fares, que dirige o grupo de defesa do Clube de Prisioneiros, disse que houve negociações entre funcionários de Israel e um comitê dos prisioneiros, incluindo Marwan Barghouti. Ele disse que as negociações começaram na sexta-feira e foram as primeiras desde que a greve começou. Ele disse que não tinha detalhes sobre os termos do acordo.

Barghouti foi condenado por um tribunal israelense por ter comandado dois ataques e um bombardeio que matou cinco pessoas. Ele nunca montou uma defesa, dizendo que o tribunal não tinha jurisdição sobre ele.

No início deste mês, Israel lançou imagens que mostrariam Barghouti quebrando seu jejum. Os palestinos dizem que o vídeo é uma invenção. Fonte: Associated Press.

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