O exército de Israel já prendeu e julgou mais de 800 crianças e adolescentes palestinos ao longo dos últimos cinco anos por atirar pedras em soldados israelenses, denunciou hoje o grupo humanitário B’Tselem em um relatório de 70 páginas.
De acordo com o estudo, 835 menores de idade foram indiciados por atirar pedras em soldados israelenses de 2005 ao início de 2011. Desse total, 34 tinham 13 anos ou menos. A maior parte das crianças e adolescentes (93%) acabou condenada a penas de restrição de liberdade e somente uma foi absolvida. O levantamento do B’Tselem baseia-se em estatísticas do exército e em entrevistas.
O grupo humanitário israelense cita o caso de um menino de oito anos preso na Cisjordânia em fevereiro. Os soldados o liberaram depois de perceberem que ele não era a criança que procuravam: eles queriam o irmão dele, de nove anos. Ao encontrarem o menino de nove anos, os soldados de Israel algemaram e vendaram o garoto antes de o levarem a um centro de detenção, onde o submeteram a um interrogatório de cinco horas de duração, denuncia o B’Tselem. Os soldados israelenses liberaram o menino depois de terem concluído que ele era menor de idade.
A tenente coronel Avital Leibovich, porta-voz do exército de Israel, disse que cerca de 160 pessoas, entre soldados e civis, ficaram feridas em incidentes envolvendo menores de idade entre 2005 e 2011. Segundo ela, dez dessas pessoas foram atingidas por pedras.
O B’Tselem admite a necessidade das autoridades israelenses de imporem a lei, mas advertiram que as medidas adotadas – algemar, vendas, interrogar e negar acesso a advogados, além de detenções em ações na calada da noite – em geral se mostraram desproporcionais aos delitos cometidos. As informações são da Associated Press.