O ministro de Defesa Civil de Israel, Gilad Erdan, criticou nesta quinta-feira o secretário de Estado norte-americano John Kerry por suas censuras à intensiva campanha do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra um acordo nuclear com o Irã.

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“Eu fiquei surpreso ao ouvir as declarações de John Kerry sobre a razão pela qual o primeiro-ministro critica o acordo formulado em Genebra sem esperar que ele seja assinado”, disse Erdan durante conferência no Instituto para Estudos de Segurança Nacional, em Tel-Aviv.

“Quando estamos lidando com um país que quer destruir Israel e as condições que permitirão que ele leve isso adiante, o que esperam do primeiro-ministro de Israel? Que não reclame quando eles estão segurando a faça, mas somente quando ela está em nossa garganta?”

Na última semana, Netanyahu tem advertido as potências mundiais contra fechar um acordo “ruim e perigoso” com o Irã a respeito de seu programa nuclear, fazendo apelos aos líderes mundiais, assim como ao povo de Israel e dos Estados Unidos. Na quarta-feira, ele disse que um “acordo ruim” pode resultar em guerra.

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Na segunda-feira, Kerry rejeitou as críticas de Netanyahu a respeito do acordo iminente, dizendo que Washington tem os interesses de seu aliado em seu coração e que compartilha os “profundos temores” de Netanyahu.

“Mas eu acredito que o primeiro-ministro precisa reconhecer que nenhum acordo foi feito”, afirmou.

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Segundo seu escritório, Erdan disse que graças apenas às “discussões dos termos discutidos em Genebra, tivemos um novo adiamento de vários dias e talvez até uma melhora nos termos do acordo”.

O grupo de potências mundiais, também chamado de P5+1, é composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas – Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos – mais a Alemanha.

Esses países ofereceram um alívio a algumas das sanções econômicas aplicadas ao Irã em troca de concessões nucleares. O Irã e o P5+1 se reuniram no final de semana e quase chegaram a um acordo. Uma nova rodada de negociações está marcada para 20 de novembro.

Israel, a única potência nuclear não declarada da região, vê o fato de o Irã ter um programa nuclear como uma ameaça à existência do país e disse que não será “limitado” por um acordo mundial com Teerã e se recusa a descartar o uso de uma ação militar contra o Irã.

As potências nucleares acusam o Irã de ter como objetivo a construção de uma arma nuclear, o que Teerã nega. Fonte: Dow Jones Newswires.