Grupos em defesa de direitos israelenses pediram à Suprema Corte de Israel no domingo que revisem a lei responsável por proibir os israelenses de realizarem um boicote a acampamentos judeus na Cisjordânia. O tribunal deve anunciar a decisão nos próximos meses.
A lei de 2011 não tornou o boicote uma ofensa criminal, mas uma questão civil que pode gerar processos em busca de compensação. Ainda não há precedentes de algo assim acontecer. Os grupos de direito dizem que a lei infringe o direito à liberdade de expressão, enquanto defensores da lei dizem que ela proíbe a discriminação baseada na geografia.
O apelo ocorre em meio a uma campanha de boicote internacional contra a política de assentamentos de Israel em territórios capturados e reivindicados pelos palestinos. Funcionários israelenses têm ridicularizado a campanha antissemita.
Nos últimos anos, oponentes dos assentamentos de Israel se juntaram a um boicote mais amplo contra produtos feitos na região. Os palestinos e a comunidade internacional dizem que os assentamentos israelenses são ilegais, uma vez que são construídos em um território conquistado por guerra que é reivindicado pela Palestina como seu futuro estado.
Haggai El-Ad, diretor da Associação por Direitos Civis em Israel, disse que o boicote é uma forma legítima de protesto e que a lei israelense foi motivada politicamente. O vice-ministro de Relações Exteriores, Zeev Elkin, que deu início ao projeto de lei, disse que o objetivo foi prevenir a discriminação contra as pessoas baseada em onde elas vivem.
Mais de 550 mil israelenses vivem na Cisjordânia e no leste de Jerusalém, em áreas capturadas na guerra de 1967. A região é dividida com cerca de 2,5 milhões de palestinos. Fonte: Associated Press.