Israel e Síria afirmaram nesta quarta-feira (21) que estão mantendo negociações indiretas de paz, mediadas pela Turquia. Essa é a primeira confirmação oficial de contatos entre os dois países. Em comunicados divulgados quase simultaneamente, os dois governos disseram ter "declarado sua intenção de conduzir essas conversas de boa-fé e com a mente aberta", com o objetivo de alcançar uma "paz abrangente". As duas nações agradeceram à Turquia pela ajuda. O país europeu, de maioria muçulmana, tem boas relações tanto com Israel quanto com a Síria.
Nos últimos meses, houve reportagens e informações de funcionários israelenses confirmando esses contatos. O Ministério das Relações Exteriores turco afirmou, no início do mês, que pretendia aproximar os dois lados. Segundo um funcionário do governo israelense, o chefe-de-gabinete do primeiro-ministro Ehud Olmert está na Turquia desde segunda-feira. Falando sob condição de anonimato, confirmou que funcionários sírios também estão no país. A emissora turca NTV noticiou que as delegações israelenses e sírias estão em Istambul, mas não se encontraram diretamente. Os turcos estariam mediando os contatos.
A paz com a Síria exigiria de Israel a retirada das Colinas de Golã, uma área estratégica capturada em 1967, na Guerra dos Seis Dias, e depois anexada. Hoje, as colinas são morada para 18 mil israelenses e quase o mesmo número de árabes drusos, que se consideram cidadãos sírios. As forças dos dois países são separadas por tropas da Organização das Nações Unidas (ONU). Israel, por sua vez, quer que a Síria – que oferece refúgio para grupos militantes palestinos como o Hamas e a Jihad Islâmica e apóia o grupo libanês xiita Hezbollah – se distancie dessas organizações e também do Irã. Essas condições, porém, parecem ter sido retiradas ou ao menos flexibilizadas no momento.
