As tropas israelenses anunciaram nesta quarta-feira (21) a conclusão da retirada das tropas da Faixa de Gaza, após uma ofensiva de 22 dias contra o grupo militante islâmico Hamas. A informação foi dada por um porta-voz militar à agência France Presse. “O último soldado deixou a Faixa de Gaza nesta manhã”, disse o porta-voz. “Contudo, o Exército permanece em posições por todo o entorno da Faixa de Gaza, para qualquer eventualidade.”
A retirada começou no domingo, após Israel declarar um cessar-fogo unilateral. O Hamas decretou uma trégua de uma semana no mesmo dia e deu sete dias para Israel retirar seus soldados e abrir as fronteiras de Gaza, caso contrário ameaçou novos ataques. As Forças de Defesa de Israel divulgaram também um comunicado nesta quarta-feira, afirmando que a operação militar em Gaza se encerrou. Israel lançou a ofensiva em 27 de dezembro, bombardeando a área costeira onde vivem 1,5 milhão de palestinos.
O Exército condicionava uma retirada total ao fim do lançamento de foguetes no sul de Israel realizado por militantes palestinos. A trégua corre bem, porém o Exército não completou a retirada antes de Barack Obama assumir a presidência dos Estados Unidos, na terça-feira (20).
Dados do Ministério da Saúde palestino afirmam que mais de 1.300 pessoas morreram, incluindo 410 crianças e cerca de 100 mulheres. Outras 5.300 pessoas ficaram feridas, entre elas 1.855 crianças e 795 mulheres. O escritório palestino de estatísticas informou que 4.100 residências foram totalmente destruídas e outras 17 mil danificadas na ofensiva.
Visita
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, visitou ontem Gaza, controlada pelo Hamas desde junho de 2007. Ele acusou Israel de utilizar “força excessiva” no conflito. Depois Ban visitou a cidade israelense de Sderot, atingida por foguetes de militantes, onde também condenou os ataques dos militantes palestinos.
Em Washington, o presidente Barack Obama planeja nesta semana nomear George Mitchell como o enviado dos EUA para o Oriente Médio, para lidar diretamente com o conflito entre israelenses e palestinos, segundo o jornal Washington Post. Mitchell já ocupou função parecida lidando com a Irlanda do Norte. As informações são da Dow Jones.