Tropas israelenses detiveram neste domingo cerca de 80 palestinos, dentre eles dezenas de integrantes do Hamas, durante uma ação noturna na Cisjordânia por causa do desaparecimento de três adolescentes, três dias atrás. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusa o Hamas de ter sequestrado os jovens.

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A crise eleva ainda mais as já altas tensões entre Israel e o novo governo de unidade palestino, que é liderado pelo presidente Mahmoud Abbas, mas tem o apoio do Hamas.

Netanyahu condenou o acordo de Abbas com o grupo militante e disse que vai responsabilizá-lo pela segurança dos adolescentes, que aparentemente desapareceram quando caminhavam pela Cisjordânia na noite de quinta-feira. Desde então não foram recebidas informações sobre os jovens, um dos quais tem cidadania norte-americana.

Autoridades palestinas condenaram a ação noturna e rejeitaram a acusação de Netanyahu de que são responsáveis pelo desaparecimento. Já o Hamas enalteceu o sequestro, mas não chegou a assumir a autoria.

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Falando em seu gabinete neste domingo, Netanyahu disse que não tem dúvidas de que o grupo militante é responsável. “Aqueles que realizaram o sequestro de nossos jovens eram membros do Hamas, o mesmo Hamas com o qual Abu Mazen (nome pelo qual Mahmoud Abbas também é conhecido) formou um governo de unidade. Isso terá graves repercussões”, afirmou Netanyahu. O premiê não disse como Israel determinou a responsabilidade do Hamas.

Militantes palestinos costumam ameaçar sequestrar israelenses na expectativa de os usar como moeda de troca para a libertação de prisioneiros mantidos por Israel, mas, se os jovens tiverem sido realmente levados por ativistas palestinos, será a primeira vez que três civis foram capturados de uma vez só.

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A ação das tropas israelenses se concentrou na cidade de Hebron, sul da Cisjordânia, na área onde os adolescentes sumiram.

O site do Hamas diz que mais de 60 dos detidos são membros do grupo, dentre eles graduados integrantes do movimento. O Exército israelense também deteve partidários da Jihad Islâmica, grupo palestino menor que o Hamas.

“Terroristas palestinos não ficarão em segurança, não conseguirão se esconder e sentirão a mão pesada do Exército de Israel”, disse o porta-voz militar, tenente-coronel Peter Lerner.

O governo palestino, que administra 38% da Cisjordânia, afirma que não pode ser responsabilizado, pois os adolescentes desapareceram em território sob total controle de Israel. “O governo de Israel não pode responsabilizar os palestinos por questões de segurança em áreas que não são controladas por ele”, disse Ehab Bseiso, porta-voz do governo de unidade palestino. Fonte: Dow Jones Newswires.