Em seguimento às reprimendas ao presidente Lula (PT), que comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista, o Ministério das Relações Exteriores do governo de Binyamin Netanyahu declarou líder brasileiro persona non grata nesta segunda (19).
“Não esqueceremos nem perdoaremos”, disse o chanceler Israel Katz. Em mensagem ao embaixador do Brasil no país, seguiu: “Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que retire o que disse.”
Durante seu giro pela África, Lula classificou a campanha militar de Tel Aviv no território palestino de genocídio e, em um adendo que abriu a mais nova crise diplomática brasileira, acrescentou que as mortes de civis lembram as ações de Adolf Hitler contra os judeus.
As advertências de Israel vieram prontamente e seguiram ao longo da noite de domingo (18) e da manhã desta segunda-feira.
Neste meio-tempo, o presidente do Yad Vashem, mais importante memorial sobre o Holocausto, disse que as falas de Lula são não apenas ultrajantes, mas prova de ignorância. Em comunicado, Dani Dayan disse que “é extremamente decepcionante que Lula tenha recorrido à distorção do Holocausto e à propagação de sentimentos antissemitas”.
O empresário argentino naturalizado israelense é, no mais, um nome conhecido dos governos petistas: em 2015, ele chegou a ser cotado para embaixador no Brasil por Netanyahu. Mas seu nome não era benquisto em Brasília, uma vez que liderou, por anos, a organização dos colonos israelenses na Cisjordânia ocupada.
Em novo balanço, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou que as mortes na Faixa passam de 29 mil.
À agência Reuters um alto oficial da facção terrorista baseado no Qatar também forneceu um número pouco comum de ser tornado público: disse que ao menos 6.000 membros do Hamas teriam morrido nestes mais de quatro meses de guerra. Acredita-se que a cifra de 29 mil mortos inclua esse dado além das milhares de mortes de civis.