O governo de Israel autorizou a construção de 1,2 mil novas casas para palestinos na Faixa de Gaza, um dos maiores projetos habitacionais dos últimos anos no turbulento território costeiro. O organismo que coordena as atividades israelenses em áreas palestinas informou que autorizou a construção das casas, além de 18 escolas, no sul de Gaza.
Israel, que faz o controle dos materiais que entram em Gaza, proibiu a entrada de materiais de construção no território desde que militantes do Hamas tomaram o controle da região, em 2007. Israel teme que itens como cimento, metal e vidro sejam usados para propósitos militares pelos governantes do Hamas.
As necessidades de construção em Gaza são enormes, especialmente após a ofensiva militar de Israel contra o Hamas dois anos e meio atrás. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima de 60 mil residências ficaram danificadas ou foram destruídas durante a operação, que durou três semanas.
De forma esporádica, Israel tem aprovado alguns projetos de habitação desde a guerra, mas funcionários da ONU dizem que a limitação das aprovações e o ritmo lento da entrada de materiais no território não aliviou muito a situação. O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, falou sobre a decisão ontem, em conversa telefônica com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
O enviado para o Oriente Médio de Ban, Robert Serry, saudou o “passo significativo” dado por Israel. “Vamos continuar a trabalhar juntos com importantes agências da ONU para implementar esses projetos em tempo hábil, de maneira que possamos melhorar a situação em Gaza”, disse.
Adnan Abu Hassna, porta-voz da UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos, disse que a aprovação vai permitir a realização de dois grandes projetos no sul de Gaza. Segundo ele, serão repostas as casas que foram demolidas pelo Exército israelense em 2003 e 2004, período de grandes confrontos entre o Estado judeu e os militantes palestinos.
Hassna disse que os projetos são financiados pela Arábia Saudita e pelo Japão. “Agora esperamos medidas práticas que permitam a entrada de milhares de caminhões com materiais de construção, o que vai possibilitar o início do processo de construção necessário para aliviar as vidas de milhares de pessoas”.
O porta-voz também afirmou que as escolas vão aliviar a superlotação nos estabelecimentos de ensino, situação que obriga os estudantes a frequentarem as escolas da ONU em turnos. As informações são da Associated Press.