Israel: Adolescente palestino esfaqueia duas pessoas em Jerusalém

Um adolescente palestino esfaqueou dois israelenses em Jerusalém neste sábado, antes de ser morto a tiros por forças policiais, no mais recente episódio de uma série de ataques de esfaqueamento contra civis e soldados que se disseminaram por Israel e pela Cisjordânia na semana passada.

O porta-voz da polícia Micky Rosenfeld disse que os dois israelenses estavam caminhando da Cidade Velha de Jerusalém em direção ao centro da cidade quando foram apunhalados por um palestino de 16 anos. As forças policiais no local perceberam os homens sangrando por causa das facadas na parte superior do corpo e, em seguida, viram o adolescente com a faca vindo na sua direção. Eles abriram fogo, matando-o. Os dois israelenses ficaram levemente feridos e foram levados para o hospital.

A onda de ataques começou em Jerusalém semanas atrás em consequência de rumores de que Israel estaria expandindo sua presença em um local sagrado sensível tanto para muçulmanos quanto para judeus. Eles então se espalharam para o restante do país. Na sexta-feira, pela primeira vez desde que a atual onda de violência começou, confrontos eclodiram ao longo da fronteira em Gaza. Palestinos queimaram pneus e atiraram pedras em soldados israelenses na fronteira. Sete palestinos morreram.

A violência continuou durante a noite. Um foguete foi disparado de Gaza contra o sul de Israel. Ninguém ficou ferido, e nenhum dano foi causado. Em Jerusalém, as forças policiais em um bairro árabe de Jerusalém Oriental foram atacadas e responderam com tiros, atingindo um manifestante de 25 anos. Autoridades de Saúde confirmaram mais tarde que o homem morreu em decorrência dos ferimentos.

Os líderes de ambos os lados pediram calma. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está sob ataque dos linhas-duras dentro de sua própria coalizão de governo, bem como de parlamentares da oposição, por não ter colocado um fim à violência. Em uma medida destinada a aliviar as tensões, Netanyahu proibiu ministros do Gabinete e legisladores de visitar o local sagrado sensível em Jerusalém, temendo que isso poderia inflamar ainda mais as tensões.

O complexo na colina de Jerusalém está no cerne das tensões recentes. É onde fica a mesquita Al-Aqsa, sendo reverenciado pelos muçulmanos como o lugar de onde o profeta Maomé subiu ao céu. O ponto também é reverenciado por judeus como local de dois templos bíblicos judaicos. Muitos palestinos acreditam que Israel está tentando expandir a presença judaica no local, uma alegação que o país nega veementemente. Segundo um acordo de longa data administrado por autoridades islâmicas, os judeus estão autorizados a visitar o local durante algumas horas, mas não podem rezar lá.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse seu povo não tem interesse em novos atos de violência e está comprometido com a “resistência popular pacífica”. Ainda assim, ele expressou apoio aos manifestantes que entraram em confronto com a polícia israelense em Al-Aqsa e atiraram pedras, bombas incendiárias e fogos de artifício contra os policiais. Fonte: Associated Press.

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