Israel aceitou a proposta de cessar-fogo apresentada nesta terça-feira pelo Egito para encerrar o conflito aéreo entre Israel e o Hamas, mas o movimento islâmico rejeitou a trégua, afirmando que não foi consultado pelo governo egípcio.
Durante reunião no início da manhã, o gabinete de segurança de Israel aprovou o cessar-fogo, que pede a redução dos confrontos dos dois lados a partir de 9h desta terça-feira (horário local) e o encerramento das hostilidades por 12 horas.
Durante coletiva de imprensa num hospital da cidade de Gaza, um porta-voz do Hamas, Samy Abu Zohry, disse que o grupo não cumpriria o termos propostos pelo Egito porque ninguém os havia consultado. “Não gostamos da política que nos empurra para um canto”, afirmou ele. O Hamas luta pelos palestinos, não por um cessar-fogo, afirmou ele.
Em Washington, o secretário de Estado John Kerry saudou a decisão de Israel de aceitar o projeto egípcio e encorajou o Hamas a fazer a mesma coisa. “A proposta egípcia para um cessar-fogo e negociações dá uma oportunidade para encerrar a violência e restaurar a calma”, afirmou Kerry.
Embora Israel e Hamas tenham se posicionado pelo final do terceiro maior enfrentamento em cinco anos, os dois lados deixaram claro que estão preparados para lutar até o último minuto.
Explosões foram ouvidas na cidade de Gaza e foguetes lançados do território costeiro atingiram as cidades israelenses de Ashkelon, Ashdod e Kiriyat Melachi, informou o Exército israelense, acrescentando que quatro projéteis palestinos foram interceptados pelo sistema antimísseis Domo de Ferro.
O porta-voz do Exército de Israel, tenente-coronel Peter Lerner, disse que seu país vai responder a ataques do Hamas. “Permanecemos alertas e mantemos altos níveis de prevenção, tanto defensiva quanto ofensivamente”, disse ele.
Pelo menos 191 palestinos foram mortos e 1.400 ficaram feridos desde o início da ofensiva, de acordo com autoridades palestinas. Além disso, 16 mil civis de Gaza tiveram de sair de suas casas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Cerca de 60 israelenses ficaram feridos.
Em declarações feitas depois de importantes autoridades de seu governo terem aprovado a proposta de cessar-fogo apresentada pelo Egito, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel concordou com o plano para permitir um solução diplomática para o problema dos disparos de foguetes e contrabando de armas para Gaza.
De acordo com o plano egípcio, representantes de Israel e do Hamas deveriam realizar conversações indiretas no Cairo nos próximos dias para discutir os detalhes de um acordo. Fonte: Dow Jones Newswires.