O irmão do eletricista Jean Charles de Menezes, Giovanni, criticou nesta quinta-feira (2) o relatório da investigação conduzida pela Comissão Independente de Queixas sobre a Polícia (IPCC, na sigla em inglês). "Agora eles nos pedem desculpas, mas não adianta. Eles tinham de ter visto isso antes. Agora queremos punição." Ele disse não acreditar que o chefe da Polícia Metropolitana de Londres, Ian Blair, não soubesse da inocência do brasileiro morto por engano por policiais britânicos no metrô de Londres, em julho de 2005, e que o diretor do esquadrão antiterrorista, Andy Haiman, que teria escondido do chefe a inocência de Jean Charles, deveria ter sido afastado.
"São todos mentirosos. É lógico que a ordem para matar terroristas foi dele (Blair). Mesmo que ele não soubesse que meu irmão era inocente, ele tem de ser responsabilizado porque mandou atirarem num suspeito. Não havia necessidade, meu irmão já estava imobilizado", afirmou Giovanni. O irmão de Jean Charles reclamou do abandono dos diplomatas brasileiros. "Quando meu irmão morreu, até o (presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva) ligou para meu pai. O (governador) Aécio Neves e um monte de deputados também nos procuraram. Mas agora eles sentiram que iam entrar numa briga de cachorro grande. E para o País, nós somos muito pequenos para eles comprarem essa briga".