O mais poderoso movimento islamita do Egito, a Irmandade Muçulmana, está disposta a realizar conversações com os Estados Unidos, disse hoje um porta-voz do grupo, aceitando uma oferta de diálogo vista como um reconhecimento implícito de Washington de que o grupo deve ter poder político significativo na era pós-Hosni Mubarak.

continua após a publicidade

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse um dia antes que o governo de Barack Obama está estendendo a mão à Irmandade num esforço “limitado” para construir laços e promover princípios democráticos. A Irmandade foi um grupo proscrito durante décadas no Egito e foi abolida pelo regime de Mubarak, que era um aliado próximo dos Estados Unidos. Mas desde que o presidente caiu, em 11 de fevereiro, a proibição foi levantada e a Irmandade tem feito pesadas campanhas para as próximas eleições parlamentares.

Tendo em vista que é a força política mais organizada do país, o grupo deve atrair muitos eleitores e ser integrante do próximo governo. Afirmando que os Estados Unidos buscam uma verdadeira democracia no Egito, o presidente Obama reconheceu que a Irmandade deve ter permissão para atuar livremente na política do país.

“Nós saudamos o diálogo com os Estados Unidos para eliminar quaisquer desentendimentos e preencher lacunas”, disse hoje o porta-voz da Irmandade, Mohammed Ghozlan, em resposta às declarações de Hillary. Segundo ele, será a primeira vez que a Irmandade realiza conversações com os Estados Unidos, embora haja relatos sobre contados indiretos e informais entre os dois lados iniciados anos atrás. As informações são da Associated Press.

continua após a publicidade