Irlanda rejeita tratado da UE com 53,4% dos votos

A Justiça Eleitoral da Irlanda anunciou nesta sexta-feira (13) que o tratado de reforma da União Européia (UE), conhecido como Tratado de Lisboa foi rejeitado pelo eleitorado do país. O "não" recebeu 53,4% dos votos. Os resultados divulgados nesta sexta-feira vieram à tona depois de uma contagem que se estendeu quase por um dia inteiro e revelou que os eleitores rurais e da classe trabalhadora rejeitaram amplamente o documento que busca modernizar as instituições européias em consonância com a rápida expansão da UE de 2004 para cá.

A votação foi acompanhada com atenção por todo o continente. Com a vitória do "não", o Tratado de Lisboa está fadado ao fracasso, mesmo depois de ter sido negociado por representantes dos 27 países que integram a UE. A Irlanda foi o único país que levou o tratado a voto popular. Em todos os demais integrantes da UE, a decisão coube ou caberá aos parlamentos nacionais.

O primeiro-ministro da Irlanda, Brian Cowen, participará na próxima semana de uma reunião de líderes da UE para buscar uma solução negociada. O governo irlandês, os partidos de oposição e os líderes empresariais do país fizeram campanha pela aprovação, enfatizando os benefícios obtidos pela Irlanda em seus 35 anos de filiação à UE. Já ativistas anti-UE atuaram contra a aprovação do documento.

O documento – sucessor da constituição rejeitada em 2005 pelos eleitores franceses e holandeses – fortaleceria as instituições e as prerrogativas da UE em consonância com a rápida expansão política e econômica do bloco. Para ser convertido em lei, o Tratado de Lisboa precisava ser ratificado por todos os países da UE. Dezoito dos 27 países do bloco já o fizeram. Anteontem, Estônia, Finlândia e Grécia aprovaram o acordo.

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