O governo do Iraque prendeu cerca de 50 funcionários do Ministério do Interior, acusando-os de planejar um golpe contra o governo liderado pelos xiitas, afirmou nesta quinta-feira (18) um alto funcionário do setor de segurança. Sob condição de anonimato, a fonte disse que entre os detidos nos últimos três dias havia importantes nomes. O grupo estaria tentando “derrubar o governo do primeiro-ministro Nouri al-Maliki”.

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“Eles eram ligados ao Al-Awda (O Retorno), um grupo clandestino que tem trabalhado para levar o Partido Baath de volta ao poder”, afirmou o funcionário. O ex-líder Saddam Hussein e seu Partido Baath foram afastados do governo com a invasão liderada pelos Estados Unidos, em março de 2003.

O jornal The New York Times informou, citando um alto funcionário do Ministério do Interior, que os presos ligados ao Al-Awda estavam envolvidos com propinas. Alguns dos presos mantinham quantias vultosas de dinheiro.

Os críticos de Maliki acusam-no de perseguir e prender inimigos políticos para se consolidar no poder, às vésperas das eleições provinciais em janeiro, segundo o jornal norte-americano. O próprio primeiro-ministro foi perseguido no passado pelo regime de Saddam, porém, cinco anos após a invasão centenas de membros do Baath voltaram à vida pública no país.

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Neste ano, o conselho presidencial iraquiano aprovou uma medida permitindo que membros do Partido Baath retornem aos seus postos no governo, como parte da atual administração liderada pelos xiitas. A iniciativa foi vista como uma forma de unir as facções iraquianas e uma forma de reverter o que é visto como um dos grandes problemas do Iraque pós-Saddam.

A decisão inicial dos EUA de desmantelar o Exército iraquiano para erradicar a influência do regime de Saddam levou ao aumento da insurgência contra os norte-americanos após a invasão. As informações são da Dow Jones.

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