O general Rasheed Fleih, que lidera o Comando Militar de Anbar, declarou neste domingo que levará alguns dias para expulsar totalmente os combatentes ligados à Al-Qaeda de duas importantes cidades do Iraque.
Fleih disse à televisão estatal que “dois ou três dias” são necessários para expulsar os militantes de Faluja e de partes de Ramadi. Ele acrescentou que tribos sunitas ligadas ao governo estão liderando as operações e que o Exército tem oferecido apenas cobertura aérea e ajuda logística em solo. Fleih não disse quais eram essas operações.
“A vida tranquila e segura que os habitantes de Anbar querem não será totalmente retomada até daqui dois ou três dias”, declarou Fleih.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante tomou o controle de Faluja e Ramadi, capital da província de Anbar. Ramadi já foi reduto de insurgentes sunitas durante a guerra liderada pelos Estados Unidos. Militantes da Al-Qaeda tomaram grande parte das duas cidades na semana passada e têm sido alvo incursões de tropas do governo desde então.
O grupo é também uma das unidades rebeldes mais fortes na guerra civil síria, onde impôs uma versão radical da lei islâmica em territórios sob seu domínio, além de sequestrar e matar qualquer um que faça críticas à sua autoridade.
Para aliviar a tensão, o governo liderado por xiitas retirou as Forças Armadas das cidades. Sunitas que integram o Legislativo veem o Exército como uma ferramenta do primeiro-ministro Nouri al-Maliki para atacar rivais e se consolidar no poder.
Kerry
O secretário de Estado norte-americano John Kerry disse que os Estados Unidos apoiarão o Iraque em seu combate à Al-Qaeda, mas sem enviar tropas.
Os Estados Unidos estão “muito, muito preocupados” com os confrontos, declarou Kerry a jornalistas ao deixar de Jerusalém e se dirigir para a Jordânia e Arábia Saudita neste domingo, onde vai discutir seus esforços para um acordo entre Israel e os palestinos. Ele disse porém, que seu país não enviará tropas em solo para auxiliar as forças iraquianas.
Recentemente, os Estados Unidos enviaram ao Iraque mísseis Hellfire, geralmente usados contra militantes. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Iraque registrou o maior número de mortos em 2013 desde que as sangrentas lutas sectárias começaram a retroceder, em 2007. De acordo com a ONU, 8.868 pessoas morreram por causa da violência no Iraque no ano passado. Fonte: Associated Press.