Ajuda humanitária começou a chegar nesta segunda-feira à cidade iraquiana de Amirli, um dia depois de forças de segurança, apoiadas por milícias xiitas, aliadas do Irã, e ataques aéreos norte-americanos, terem interrompido um cerco de dois meses realizado por integrantes do grupo sunita Estado Islâmico.
Ali al-Bayati, que lidera a organização não-governamental Fundação da Salvação Turcomena, disse que quatro caminhões cheios de alimentos, remédios e frutas entraram na cidade. A ajuda foi enviada pelo governo iraquiano e pelo Crescente Vermelho Iraquiano, disse ele, acrescentando que os soldados começaram a entregar comida para as famílias em suas casas na noite de domingo.
“A situação está voltando ao normal, mas gradualmente”, disse Al-Bayati à Associated Press. “Algumas pessoas saíram de casa e andaram pelas ruas. As lojas ainda estão fechadas, mas as pessoas estão felizes em ver sua cidade protegida pelas forças de segurança iraquianas”, afirmou.
Desde o início deste ano, o Iraque vem enfrentando uma crescente insurgência sunita, liderada pelo Estado Islâmico, grupo que já foi ligado à Al-Qaeda, e militantes aliados que tomaram o norte e o oeste do país. A crise é a pior desde a saíra das tropas norte-americanas do Iraque, em 2001.
No domingo, as forças de segurança conseguiram interromper os dois meses de cerco impostos pelos militantes a Amirli, de onde cerca de 15 mil turcomenos não podiam sair.
Milhares de milicianos xiitas, apoiados pelo Irã, responderam aos chamados do grande aiatolá Ali al-Sistani, que vive no Iraque, para que se juntassem às forças do governo no combate aos insurgentes sunitas.
Os ataques aéreos norte-americanos que ajudaram a libertar Amirli foram os primeiros a atingir áreas onde milícias apoiadas pelo Irã combatem militantes sunitas, possivelmente delineando uma improvável aliança entre Estados Unidos e milicianos xiitas, que já lutaram contra soldados norte-americanos no Iraque.
Desde 8 de agosto, os Estados Unidos já realizaram pelo menos 120 ataques aéreos com jatos tripulados e aeronaves não tripuladas (drones), contra áreas que fazem fronteira com a região autônoma do Curdistão, onde forças curdas vem combatendo os militantes sunitas. Fonte: Associated Press.