O governo do Iraque anunciou hoje que cancelou um contrato de US$ 4,2 bilhões em compra de armas da Rússia, alegando suspeita de corrupção. Moscou é o segundo fornecedor de armamentos ao país, perdendo apenas para os Estados Unidos. Segundo o porta-voz do gabinete do primeiro-ministro, Nuri al Maliki, uma investigação foi aberta para avaliar as suspeitas no acordo com os russos.
O acordo com os russos foi assinado em outubro, após visita do chefe de governo a Moscou, quando assinou o contrato. No entanto, o gabinete iraquiano alega que Maliki decidiu revisar o acordo inteiro após voltar da Rússia. Moscou não comentou sobre os cancelamentos. O arsenal comprado incluía 42 lançadores de mísseis e 30 helicópteros de guerra que seriam usados em operações militares contra insurgentes.
Esta é uma das primeiras compras de armamento após a saída das tropas americanas do Iraque, no ano passado, e um dos primeiros pedidos feitos à Rússia, que era o grande fornecedor militar do regime do ex-ditador Saddam Hussein (1979-2003).
Monopólio
Pouco antes da viagem a Moscou, Nuri al Maliki disse em discurso que ele não queria ver o Iraque sendo “parte de um monopólio de alguém”, em relação às compras de armas pelos Estados Unidos. A declaração causou polêmica e críticas da oposição, que questionou o acordo com os russos mesmo depois de diversos documentos de cooperação assinados com os Estados Unidos.
A compra de armas russas foi assinada em 9 de outubro e analistas apostavam na intenção iraquiana de diversificar o arsenal, mas também aumentando a sensação de que Washington havia perdido a influência no Iraque.