As pressões americanas conseguiram forçar os líderes iraquianos a formar um governo de união nacional, que deve encerrar o impasse iniciado nas eleições de março deste ano. Apesar de ainda faltarem alguns detalhes, as principais facções políticas do Iraque integrarão o novo governo, que será liderado pelo atual premiê Nuri al-Maliki.

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O primeiro-ministro foi mantido no cargo ao ser eleito pelos deputados que se reuniram ontem no Parlamento – apenas pela segunda vez nos oito meses de crise. Nas eleições de março, Maliki liderou uma coalizão composta apenas por xiitas e acabou derrotado pelo ex-primeiro-ministro Iyad Allawi, um xiita moderado com uma plataforma nacionalista, que comandava uma aliança com os sunitas.

O problema é que, apesar da vitória, Allawi não conseguiu o número necessário de cadeiras no Parlamento para compor um governo. Já Maliki, com apoio dos curdos e da facção radical xiita de Moqtada al-Sadr, aliada do Irã, juntou deputados suficientes para formar um governo que não contaria com sunitas.

Insatisfeitos e temendo uma influência ainda maior do Irã na política do Iraque, os Estados Unidos atuaram diretamente para reduzir as diferenças entre os dois maiores rivais políticos iraquianos. O presidente Barack Obama telefonou tanto para Maliki como para Allawi nesta semana para negociar um acordo.

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Na nova formação do gabinete, o curdo Jalal Talabani permanece na presidência. O deputado sunita Osama al-Nujaifi, aliado de Allawi, será o presidente do Parlamento. Essa composição deixa o Iraque com uma divisão sectária na política que lembra a libanesa. Até todos os lados chegarem a um acerto nesta semana, a expectativa era de uma administração quase inteiramente controlada por xiitas e ligada ao governo do Irã.