A polícia do Irã anunciou hoje o início de uma operação de inspeções em empresas privadas, com o objetivo de vigiar e punir aquelas que, segundo as autoridades, desenvolvem atividades "antiislâmicas e imorais". Mesmo sem deixá-los explícitos, os principais alvos são os possíveis centros de prostituição disfarçados de escritórios comerciais e a desobediência às regras de vestimenta.
"Algumas empresas imorais e antiislâmicas arruínam a imagem também daquelas corretas, e por isso é nosso dever vigiar", disse hoje Ahmad Reza Radan, chefe da polícia de Teerã, capital do país. "Desse modo, acabaremos com as preocupações da população por seus filhos e filhas que trabalham nas empresas privadas, pois não permitiremos que alguns explorem os problemas econômicos de outras pessoas para criar insegurança social", continuou Radan, à agência Irna.
O recado das autoridades vai, sobretudo, para a rede de prostituição no Irã, que tem crescido e já aparece muito difundida, mesmo se camuflada através de falsos escritórios e lojas comerciais. De fato, há cerca de um ano, a polícia iniciou uma campanha moralizante nas grandes cidades, controlando centenas de mulheres consideradas pouco cobertas ou jovens rapazes com penteados diferentes e camisetas de slogans ocidentais.
Em um episódio irônico, algumas páginas virtuais no Irã difundiram, em março deste ano, a notícia de que o general Reza Zarei, um dos líderes da campanha moralizante, havia sido preso porque freqüentava, ele mesmo, uma casa de prostituição. Esmail Ahmadi-Moqaddam, dirigente da polícia, desmentiu o caso, mas confirmou que um alto oficial está sendo processado pela Justiça.
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