O governo do Irã teria conquistado os passos críticos e necessários para construir uma arma nuclear após ter recebido ajuda de cientistas estrangeiros, afirmou o jornal The Washington Post na noite do domingo. Ao citar diplomatas ocidentais e especialistas em tecnologia nuclear que tiveram acesso a novas informações que ainda serão liberadas pelas Nações Unidas, o jornal americano afirmou que um antigo cientista nuclear soviético deu consultoria aos seus colegas iranianos para a construção de detonadores de alta tecnologia, usados para gerar uma reação nuclear em cadeia na explosão de uma bomba atômica, informa a agência France Presse (AFP).
Segundo o jornal, o auxílio crucial de cientistas nucleares do Paquistão e da Coreia do Norte também ajudou o Irã a aumentar seus conhecimentos nucleares. Na terça-feira ou na quarta-feira, um relatório da inteligência da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deverá circular entre os delegados da entidade, braço das Nações Unidas que monitora o uso da energia nuclear. Espera-se que o relatório tenha como tema os supostos esforços do Irã em direção ao desenvolvimento de uma arma nuclear.
O detonador é uma concha esférica de alumínio ligada aos explosivos por circuitos elétricos, o que permite que a explosão ocorra com uma precisão de segundos, disse a matéria. Segundo o jornal, criar tal detonador é um desafio técnico formidável e o Irã precisou de ajuda externa para fazer isso. O cientista que forneceu a tecnologia e a consultoria teria sido Vyacheslav Danilenko, um engenheiro nuclear soviético contratado em meados da década de 1990 pelo Centro de Pesquisas Físicas do Irã.
Danilenko teria prestado consultoria ao Irã por pelo menos cinco anos, disse o Post, citando dois funcionários que tiveram acesso aos arquivos da AIEA.
Os diplomatas dizem que funcionários do governo iraniano já tiveram acesso a esses dados na sede da AIEA, em Viena, e que o ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, disse em comentários publicados no domingo pela imprensa iraniana que eles são baseados em alegações “falsificadas”.
As informações são da Dow Jones.