O Irã rejeitou nesta segunda-feira (8) a proposta do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama. Em entrevista ontem ao programa “Meet the Press”, da emissora NBC, Obama disse que os EUA devem oferecer incentivos econômicos a Teerã, caso o país desista de seu programa nuclear, ou ampliará as sanções. O democrata demonstrou esperança de que um pacote de incentivos da comunidade internacional possa convencer Teerã a alterar seu programa nuclear.
“Você sabe, em termos de cenouras, acho que nós podemos fornecer incentivos econômicos que seriam proveitosos para um país que, apesar de se um produtor líquido de petróleo, se encontra sob enorme pressão, com alta inflação, muitos problemas de desemprego”, afirmou o presidente eleito.
O presidente eleito também afirmou que considera a diplomacia direta como alternativa para fazer o país desistir de seu programa nuclear e do apoio a grupos militantes como o Hamas e o Hezbollah. O governo iraniano argumenta que seu programa nuclear tem apenas fins pacíficos, como a produção de energia, mas Washington e outros países temem que o país busque armas nucleares.
O governo iraniano se mostrou interessado em negociar diretamente com os norte-americanos, porém sem que o fim do programa nuclear seja uma precondição. Também rejeita os incentivos econômicos oferecidos em troca do fim de seu programa nuclear.
“A política da cenoura e do porrete não traz benefícios”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Hasan Qashqavi. “É inaceitável e fracassada.”
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, foi eleito em 2005 com uma plataforma de melhoria na economia para os mais pobres. Porém, o linha-dura desde então tem sido criticado tanto por conservadores quanto por reformistas, por não comandar bem a área econômica. A condição da economia iraniana piorou recentemente, com a queda de cerca de 70% dos preços de petróleo, em comparação com as altas recordes registradas em julho.
Obama disse ainda que os EUA devem dialogar com países como China e Rússia, que fazem negócios com o Irã, de forma a convencê-los a apertar as sanções econômicas ao país. Teerã já foi alvo de três rodadas de sanção no Conselho de Segurança da ONU, por não suspender seu programa de enriquecimento de urânio. O processo pode tanto ser usado para a produção de energia quanto de armas.
