O governo iraniano rejeita a possibilidade de envolver-se em negociações sobre o futuro de seu programa nuclear que contem com a presença de Israel entre os participantes. A afirmação foi feita nesta sexta-feira pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, e divulgada pela agência estatal de notícias Irna.
“Nós não participaremos de nenhuma reunião da qual participe o regime de ocupação”, assegurou o chanceler iraniano, em menção à ocupação por Israel de territórios reivindicados pelos palestinos para a fundação de um futuro Estado.
Zarif fez o comentário em resposta à possibilidade de Israel engajar-se nas negociações entre o Irã e o grupo de seis potências formado por Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. A origem desse rumor ainda não está clara.
“Jamais uma coisa assim irá acontecer e nós definitivamente não estaremos na sala em que representantes do regime sionista estiverem presentes”, disse o chanceler iraniano.
No último fim de semana, o Irã e as potências chegaram a um acordo provisório por meio do qual Teerã comprometeu-se a congelar parte de seu programa nuclear em troca do alívio temporário de parte das sanções externas impostas ao país.
EUA, Israel e alguns de seus aliados acusam o Irã de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. O governo iraniano nega a acusação e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica e pesquisa de isótopos medicinais, estando de acordo com o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), do qual é signatário.
À Irna, Zarif disse ainda que as potências que negociam com o Irã deveriam engajar-se na transformação de todo o Oriente Médio em uma região livre de armas nucleares, chamando a atenção para o arsenal israelense.
O governo de Israel não confirma nem desmente a posse de bombas atômicas, mas especialistas calculam que o país possua pelo menos 75 ogivas nucleares. Por não ser signatário do TNP, Israel não está sujeito a inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Fonte: Associated Press.