O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que seu país está pronto para negociações sobre energia nuclear, mas não sobre os “direitos inalienáveis” de seu país. “Dissemos muitas vezes que não negociaremos os direitos inalienáveis da nação iraniana com ninguém, mas, se eles quiserem falar sobre cooperação, estamos prontos”, declarou à televisão estatal iraniana.

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Em resposta a acusações de que seu programa nuclear tem fins militares, o Irã insiste que tem objetivos pacíficos. Em seus relatórios, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já disseram várias vezes que não encontraram evidências de um programa militar, mas que o governo iraniano não dá cooperação completa às inspeções. O país está sob sanções econômicas, impostas pelo Conselho de Segurança da ONU.

Na sexta-feira, durante uma conferência sobre segurança no Oriente Médio no Bahrein, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que “o Irã tem direito ao uso de tecnologia nuclear civil pacífica”, mas que “há um nível de preocupação a que o Irã tem de responder”. Ela afirmou que espera um “engajamento construtivo” do Irã nas conversações em Genebra, que começam na segunda-feira.

Hillary fez essas declarações diante do ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, numa rara oportunidade de os chefes da diplomacia dos dois países se encontrarem (os EUA romperam relações com o Irã por ocasião da Revolução Islâmica de 1979).

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Mottaki não deu qualquer resposta. Neste sábado, ao discursar na mesma conferência, ele descartou a hipótese de o Irã deixar de enriquecer urânio em seu próprio território. Falando a uma plateia em sua maioria formada por diplomatas e ministros de países árabes, Mottaki disse que seus vizinhos não têm nada a temer. “A realidade é que o Irã tem mais ou menos o mesmo potencial de outros países para tornar-se muito poderoso, mas não usaremos esse potencial para ferir nossos vizinhos, especialmente porque são muçulmanos. Nosso poder é o seu poder, e o seu poder é nosso”. As informações são da Associated Press.