O Irã propôs que uma nova rodada de negociações internacionais sobre seu programa nuclear seja realizada na Turquia, país aliado com fortes relações com o Ocidente e que tem atuado como intermediador na questão. As negociações estão suspensas há mais de um ano e o Irã enfrenta sanções da comunidade internacional por não ter interrompido seu programa de enriquecimento de urânio.

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O ministro das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, disse neste domingo que o Irã informou “seus amigos na Turquia” que deseja realizar conversações no país. Ele acrescentou que o Irã “tem esperança de que uma agenda e a data sejam definidos em breve”. Teerã tem dito que está pronto para retomar as negociações com as seis nações – os Estados Unidos, a Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha – após 10 de novembro.

As seis potencias acreditam que o Irã quer desenvolver armas nucleares a partir de um programa civil de energia. O Irã nega, dizendo que apenas quer produzir energia nuclear para fins pacíficos. As seis nações querem que o Irã tome medidas para garantir à comunidade internacional que não tem planos para desenvolver uma bomba. A principal demanda do Ocidente é que o Irã pare de enriquecer urânio, que pode ser utilizado tanto para a produção de energia para uso civil, quanto para o desenvolvimento de bombas nucleares.

Na última rodada de negociações, o Irã recusou-se a assumir os compromissos de um proposta das Nações Unidas de embarque da maior parte de seus estoques de urânio enriquecido para o exterior, para ser processado e devolvido ao Irã na forma de barras de combustível, abastecendo assim o reator de pesquisas de Teerã, que produz isótopos utilizados no tratamento de câncer. As barras de combustível não podem ser utilizadas para a fabricação de armas.

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O Irã rejeitou o acordo, mas aceitou uma proposta similar feita pelo Brasil e pela Turquia. As outras seis nações, entretanto, disseram que o plano não atendia as demandas do grupo. O Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs uma quarta rodada de sanções contra o Irã em junho.

Motakki acrescentou que não levou a sério as declarações feitas ontem pelo senador republicano norte-americano, Lindsey Graham, de que qualquer ataque militar dos EUA contra o Irã, para parar o programa de enriquecimento de urânio, deveria ter como objetivo também a destruição da capacidade militar do Irã. “Neutralizar o regime”, sugeriu Graham. A administração Obama, por meio de seus principais representantes militares, tem deixado claro que todas as opções estão na mesa, embora acrescente ser favorável à solução diplomática.

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Mottaki disse acreditar que o senador estava apenas brincando. “Não leve as considerações do senador americano tão a sério”, disse o ministro das relações exteriores. “A situação após as eleições americanas está fervendo” e a política externa dos Estados Unidos está em uma fase confusa, disse. As informações são da Associated Press.