O Irã reagiu friamente nesta quarta-feira (21) à posse de Barack Obama, enquanto alguns líderes árabes pediram que o novo presidente dos Estados Unidos se concentre imediatamente em esforços de paz para o Oriente Médio. Nas ruas do mundo muçulmano, de capitais árabes a campos de refugiados palestinos, alguns reagiram às primeiras horas do mandato de Obama com pessimismo, enquanto outros mostraram esperança. Editoriais de jornais e comentaristas políticos abordaram os desafios com os quais a administração norteamericana terá de lidar, como a grave situação em Gaza, o encerramento da guerra no Iraque e o confronto com o Taleban no Afeganistão.
Segundo Jihad Barghuti, médico jordaniano de origem palestina, este é um momento apropriado para o Oriente Médio tomar medidas para construir relações melhores com os EUA. “Os árabes, tanto pessoas comuns como seus líderes, deveriam parar com suas provocações e insultos contra a administração dos EUA e o povo norte-americano”, afirmou. No Irã, o governo está aguardando para ver quais medidas práticas Obama tomará em relação ao país, que teve relações distantes e conflituosas com a administração Bush. Obama já falou sobre a necessidade de se aproximar de Teerã.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, exortou o novo presidente a mudar as políticas americanas no Oriente Médio. Mas, por enquanto, o Irã irá esperar para ver quais “políticas práticas” Obama adotará, antes de fazer qualquer julgamento sobre sua posição em relação ao país. Segundo Mottaki, Obama precisa agir para corrigir a imagem ruim dos EUA no mundo e empregar novos conselheiros que lhe digam a “verdade” sobre o Oriente Médio.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, pressionou Obama a dar prioridade à situação dos palestinos. “Gostaria de ressaltar que a região tem grandes esperanças de que sua administração irá lidar com a questão palestina a partir do primeiro dia de mandato como uma prioridade imediata e essencial para resolver outras questões no Oriente Médio, que enfrenta sérias crises”, escreveu Mubarak em um cartão de felicitações ao novo presidente. No discurso de posse ontem, Obama afirmou que os EUA estão procurando um novo meio de lidar com o mundo muçulmano, “baseado em interesse e respeito mútuos”.
No Paquistão, Qaki Hussain Ahmed, líder do partido islâmico linha-dura Jamaat-e-Islami, elogiou as palavras de Obama. “Poderemos ter uma boa esperança desde que Obama realmente aja de forma a combater as injustiças que o mundo muçulmano está enfrentando atualmente”, disse ele.