O Irã informou hoje que sua Guarda Revolucionária vai realizar exercícios militares de larga escala no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã, o que também deve incluir o Estreito de Ormuz. O general de brigada, Hossein Salami, disse que os cinco dias de exercícios na terra, céu e mar terão início amanhã, de acordo com informações da agência de notícias iranianas Irib. Ele disse que os exercícios têm como objetivo mostrar a “força, vontade e decisão nacional para defender a independência e a integridade territorial” de suas águas.
O anúncio foi feito em um momento em que o Irã e os países do Ocidente estão em grande tensão por causa das suspeitas sobre o programa nuclear iraniano. Estados Unidos e outros países acusam a república islâmica de planejar a construção de armas nucleares. Já o Irã defende que seu programa tem apenas fins pacíficos, como a utilização da energia nuclear.
O Estreito de Ormuz, uma via por onde passam diariamente 20% do suprimento de petróleo mundial, é uma passagem relativamente estreita entre Irã e Omã, que liga o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã. Comandantes iranianos ameaçam, de tempos em tempos, obstruir o estreito em retaliação a qualquer ataque.
A Marinha iraniana e a Guarda Revolucionária patrulham o Golfo com frequência. Analistas temem que a provocação das unidades da Guarda no Golfo – que também é fortemente patrulhado por navios norte-americanos e aliados – possam se elevar rapidamente.
Mais acusações
Também nesta quarta-feira, o ministro de Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, negou que a República Islâmica esteja planejando desenvolver mísseis balísticos capazes de atingir os Estados Unidos, como afirmado por Washington. “Não temos tais planos”, disse Vahidi à agência oficial de notícias Irna, descrevendo as acusações como “parte da guerra psicológica do inimigo”.
Vahidi reagiu aos comentários feitos ontem pelo subsecretário para política de Defesa, James Miller, que declarou durante uma audiência no Senado norte-americano que o Irã pode, até 2015, desenvolver mísseis que podem atingir os Estados Unidos. Miller acrescentou que sua avaliação levou em consideração “assistência estrangeira” para que o Irã consiga melhorar sua tecnologia de mísseis.
Um relatório do ano passado do Centro de Inteligência Espacial e da Força Aérea Nacional afirmou que o Irã pode construir um míssil balístico intercontinental que poderia atingir os Estados Unidos até 2015 e 2018, se recebesse ajuda externa. Analistas dizem que o foguete iraniano Safir, que Teerã colocou em órbita em fevereiro de 2009, tem o potencial de ser convertido num míssil de longo alcance.
Vahidi, porém, disse nesta quarta-feira que o Irã está produzindo um sistema de defesa aérea equipado com radar aéreo e que o país produziu um míssil com alcance de 40 quilômetros e 20 quilômetros de altitude. As informações são da Dow Jones.