Ao mesmo tempo em que seis potências nucleares divulgavam na segunda-feira (4) um novo ultimato ao Irã, o comandante da Guarda Revolucionária iraniana, general Mohammad Ali Jafari, advertia que a república islâmica poderia bloquear o Estreito de Ormuz, uma importante rota de navegação na fronteira do país com o Iraque pela qual passam 40% das exportações mundiais de petróleo.
O grupo de países composto por Alemanha, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia deram na segunda um novo ultimato ao Irã para que o país aceite um pacote de incentivos em troca da suspensão de suas atividades nucleares ou fique sujeito a novas sanções no âmbito do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU).O Irã enviou nesta terça-feira uma mensagem por escrito à União Européia (UE).
Teerã insiste que a mensagem enviada nesta terça ao chefe de política externa da UE, Javier Solana, não é uma resposta à mais recente oferta feita pelo grupo de países para pôr fim ao persistente impasse em torno do programa nuclear iraniano. “A mensagem entregue hoje não é a resposta do Irã aos seis países”, assegurou uma fonte no Supremo Conselho de Segurança Nacional do Irã.
A Grã-Bretanha advertiu que a ausência de uma resposta positiva por parte do Irã até esta terça deixaria o grupo de países “sem escolha” a não ser buscar novas sanções no CS da ONU.
Os Estados Unidos e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. O Irã sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades estritamente pacíficas, como a geração de energia elétrica, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário.
Em seus relatórios, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) têm informado não haver sinais de um programa nuclear com fins militares e os serviços secretos dos EUA divulgaram relatório há alguns meses afirmando ter evidências de que um programa nuclear militar mantido pelo Irã teria sido encerrado em 2003.
Ainda assim, EUA e Israel não descartam a possibilidade de bombardear o Irã caso o país não desista do enriquecimento de urânio, um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. As informações são da Dow Jones.