O Irã planeja executar amanhã Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por adultério, segundo informações divulgadas pela organização não-governamental (ONG) Comitê Internacional contra Apedrejamento.
De acordo com a versão divulgada pela ONG em sua página na internet, as autoridades de Teerã autorizaram a direção da penitenciária de Tabriz, onde Sakineh está detida, a executá-la.
Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações ilícitas com dois homens depois de ter ficado viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Primeiramente, a pena foi de 99 chibatadas, depois convertida em morte por apedrejamento.
Em julho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional.
Diante da pressão internacional, que incluiu até mesmo declarações de Barack Obama, José Manuel Barroso, Vaticano, artistas e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo iraniano abandonou a ideia do apedrejamento. Mas manteve o processo e a acusou Sakineh de envolvimento na morte de seu ex-marido. Sua pena, portanto, seria transformada em morte por enforcamento.
Os filhos de Sakineh negaram as acusações e alegaram que Teerã fabricou um dossiê para provar sua participação no assassinato a fim de justificar sua pena de morte. Um dos advogados da iraniana foi obrigado a fugir do Irã para não ser preso. Hoje, vive exilado na Noruega. O segundo advogado, segundo a ONG Comitê Internacional contra a Apedrejamento, Solidariedade Irã, está preso, depois de tentar defender a iraniana.
Um dos filhos de Sakineh e dois jornalistas alemães também foram colocados na prisão desde o dia 10 de outubro. Eles teriam sido torturados, depois que a família descumpriu a ordem de não falar com a imprensa internacional.