O Irã negou uma reportagem do The Wall Street Journal que afirma que o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, escreveu uma carta ao presidente dos EUA, Barack Obama, reportou a agência oficial de notícias da República Islâmica IRNA.
Segundo a agência, a porta-voz do Ministério das Relações do Irã Marzieh Afkham disse que a reportagem publicada pelo The Wall Street Journal no sábado era “um jogo de imprensa antiprofissional”. “O presidente dos EUA tem um registro de envio de cartas e, em alguns casos, o Irã respondeu às suas cartas”, disse Afkham neste domingo. A porta-voz e a IRNA não detalharam os comentários, embora Afkham tenha dito que o Irã não tem planos imediatos para escrever a Obama novamente.
A reportagem do The Wall Street Journal afirma que Khamenei escreveu a Obama nas últimas semanas em resposta a uma carta do presidente dos EUA pedindo para o Irã trabalhar com a coalizão liderada pelos EUA que luta contra o grupo extremista Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Segundo o jornal, Khamenei delineou uma série de abusos que os EUA teriam cometido contra o Irã nos últimos 60 anos. No entanto, a reportagem afirma que um ex-funcionário não identificado do governo Obama sugeriu que a carta poderia sinalizar um avanço potencial nas relações entre os dois países, que se veem com desconfiança mútua desde a Revolução Islâmica de 1979, que derrubou o xá apoiado pelos Estados Unidos.
Em novembro, o Irã disse que tinha respondido cartas enviadas por Obama, no primeiro reconhecimento da República Islâmica sobre correspondências desse tipo. No entanto, não está claro se Khamenei escreveu as cartas ele mesmo.
Autoridades dos EUA e do Irã realizaram uma série de reuniões secretas em 2013 que finalmente pavimentaram o caminho para um acordo nuclear interino histórico em Genebra. Obama e o presidente iraniano Rouhani também tiveram uma conversa telefônica histórica, a primeira comunicação entre os líderes das duas nações desde 1979. Fonte: Associated Press.