O Irã não deu a resposta esperada ao pacote de incentivos oferecido em troca da suspensão de seu programa de enriquecimento de urânio, manifestou nesta quarta-feira (6) o Ministério das Relações Exteriores da França. “O documento meramente instrumental que vimos não fornece a resposta que era esperada depois da reunião de 19 de julho em Genebra”, disse Romain Nadal porta-voz da chancelaria francesa.
Nadal referia-se à missiva entregue ontem pelo Irã ao grupo de seis potências que negociam o fim do programa nuclear da república islâmica (Alemanha, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia).
Em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou hoje que o vice-diretor-geral da entidade visitará Teerã amanhã para discutir com autoridades iranianas o programa nuclear do país. Um porta-voz recusou-se a fornecer detalhes.
Os Estados Unidos e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. O Irã sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades pacíficas, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário.
Em seus relatórios, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) têm informado não haver sinais de um programa nuclear com fins militares e os serviços secretos dos EUA divulgaram relatório há alguns meses afirmando ter evidências de que um programa nuclear militar mantido pelo Irã teria sido encerrado em 2003.
Ainda assim, EUA e Israel não descartam a possibilidade de bombardear o Irã caso o país não desista do enriquecimento de urânio, um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Em grande escala, o urânio enriquecido pode ser usado para carregar ogivas atômicas. As informações são da Dow Jones.