O Irã elogiou a “revolução dos nobres” no Egito, neste domingo, e criticou os governos do Ocidente pela reação “retrógrada” aos protestos na nação árabe, segundo a mídia estatal. O presidente do parlamento iraniano, Ali Larijani, comparou a posição do Ocidente, em relação ao Egito, ao “suporte dado ao xá durante a revolução Islâmica”, que derrubou, em 1979, o monarca iraniano que tinha apoio dos Estados Unidos. “A análise deles sobre os países islâmicos ainda é retrógrada”, disse, na abertura da sessão no parlamento.
“A voz do povo de coragem do Egito é a voz da revolução. O começo desta revolução tem deixado atônitos os regimes despóticos na região”, afirmou Larijani, segundo a agência oficial de notícias IRNA. “O parlamento dá apoio aos protestos na Tunísia e ao povo egípcio”, acrescentou Larijani, ao descrever os protestos como a “revolução dos nobres”.
O novo ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, também espera que os “elevados objetivos (dos egípcios), exigências nacionais e ressurreição da glória possam ser alcançados no futuro próximo”.
No sábado, o ministro havia recomendado aos líderes do Egito que se submetessem às exigências da “busca pela justiça” e evitassem violência.
As relações entre Teerã e Cairo foram rompidas em 1980, seguindo a revolução islâmica no Irã e o reconhecimento de Israel pelo Egito.
Em 2009, o próprio Irã foi abalado por protestos maciços contra o governo, deflagrados pela disputada reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. O líder da oposição Mir Hossein Mousavi disse que as demonstrações serviram para inspirar a Tunísia e os protestos no Egito. As informações são da Dow Jones.