O governo iraniano está pronto para negociar, mas a posição do país em relação a seu programa nuclear permanece inalterada, disse um porta-voz, sugerindo que a principal demanda do Ocidente, a suspensão do enriquecimento de urânio, não foi atendida. Sexta-feira (4), o Irã enviou uma carta à União Européia com sua resposta à proposta internacional de incentivos econômicos para suspender o enriquecimento de urânio. O conteúdo da carta não foi revelado.
O porta-voz do governo iraniano, Gholam-Hossein Elham, disse para repórteres neste sábado que o Irã está pronto para negociar "dentro das regras internacionais", mas que sua postura em relação ao "seu pacífico programa nuclear não foi alterada", segundo a agência oficial de notícias Irna. Os Estados Unidos e outros países temem que o programa de enriquecimento de urânio do Irã possa levar o país a produzir armas nucleares. O Irã insiste que o programa de enriquecimento de urânio do país tem fins pacíficos.
Uma autoridade européia, que não pode se identificar, disse que o conteúdo da mensagem do Irã não representou um grande avanço. "Não foi algo que nos fez pular de alegria", disse a autoridade. "Estamos aguardando até que tenhamos a chance de analisá-la com maior profundidade", acrescentou.
Uma resposta positiva do Irã poderia abrir caminho para retomada das negociações que ajudariam a acalmar a tensão entre o país e o Ocidente. Nas semanas recentes, os EUA e o Irã trocaram ameaças e advertências sobre uma possível ação militar norte-americana ou israelense. Em nome dos cinco membros do Conselho de Segurança permanente das Nações Unidas e a Alemanha, o diretor de política externa da União Européia, Javier Solana, ofereceu modificações no pacote de incentivos econômicos para o Irã, durante sua visita ao país em junho. As seis nações – Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha – ofereceu no primeiro pacote, há dois anos, incentivos econômicos tecnológicos e políticos em troca da interrupção de seu programa de enriquecimento de urânio. O Irã tem dito que qualquer ação militar contra suas instalações nucleares será considerada um início de guerra.