Irã descarta enviar urânio ao exterior, mas pede reunião

O Irã descartou enviar urânio pouco enriquecido ao exterior, mas pode considerar uma troca simultânea de combustível dentro do próprio país, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, segundo a agência ISNA. De acordo com ele, o país está pronto para uma nova rodada de negociações com as potências mundiais com o objetivo de garantir combustível para seu reator de pesquisas em Teerã. O primeiro encontro ocorreu em Viena, no dia 19 de outubro.

Uma proposta apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que o Irã envie urânio ao exterior, para que ele seja enriquecido e, então, retorne. Com isso, a comunidade internacional teria mais controle sobre o programa nuclear do país. No entanto, segundo Mottaki, essa proposta não é possível.

“Nós revisamos isso sob um aspecto econômico e técnico. Mas nós definitivamente não enviaremos para fora nosso urânio enriquecido a 3,5%”, afirmou o ministro. “Isso significa que nós vamos (em vez disso) considerar a troca de combustível (nuclear) simultaneamente, no Irã.” Mottaki acrescentou que cientistas iranianos estudam o tema para saber quanto do combustível pode ser transferido. “A quantidade que eles mencionam para a troca não é aceitável.”

Sob um acordo liderado pela ONU, o Irã deveria enviar à Rússia e à França urânio pouco enriquecido, que depois abasteceria um reator em Teerã que produz isótopos médicos. O Ocidente acredita que assim a república islâmica não teria material suficiente para produzir uma arma nuclear, pelo menos vindas das reservas conhecidas pela comunidade internacional. “Nós já convocamos para outro encontro o pessoal técnico que fez parte das conversas em Viena e explicaremos nossas considerações. Mas até agora esse encontro não está marcado”, disse Mottaki.

Pessimismo

Na terça-feira, funcionários norte-americanos demonstraram pessimismo sobre a possibilidade de o Irã responder positivamente ao acordo proposto em Viena. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu que está “acabando o tempo” para o Irã decidir sobre o assunto. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pediu na segunda-feira mais informações sobre uma instalação nuclear construída perto da cidade sagrada de Qom. A planta nuclear deve começar a funcionar em 2011, aumentando o temor de que o Irã esteja mais perto de produzir uma bomba nuclear.

O processo de enriquecimento de urânio pode ser usado para produção de combustível nuclear, mas também para a fabricação de armas. Teerã nega finalidade bélica, mas países como EUA e Israel temem que haja um programa secreto para produção de bombas. O Irã já foi alvo de três rodadas de sanções no Conselho de Segurança (CS) da ONU por se recusar a interromper o enriquecimento de urânio, mas insiste em seus direitos, firmados no âmbito do Tratado de Não Proliferação Nuclear. As informações são da Dow Jones.

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