O vice-líder do Parlamento do Irã, Mohammad Reza Bahonar, disse que o país irá se retirar do acordo feito com a Turquia e avalizado pelo Brasil, para trocar urânio com baixo enriquecimento por combustível nuclear, se o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) impuser mais sanções contra o Irã, reportou hoje a agência de notícias Isna.
“Existe a possibilidade de que outra rodada de sanções esteja sendo preparada contra o Irã, e nós sempre dissemos que, se isso for em frente, então nosso acordo de compromisso não será mais considerado”, disse o vice-líder do Parlamento do Irã, Mohammad Reza Bahonar.
Os comentários de Bahonar foram feitos dois dias após os Estados Unidos e outras potências terem descartado o acordo do Irã para enviar metade do seu estoque de urânio à Turquia, em troca de urânio mais enriquecido, que funciona como combustível nuclear.
Na terça-feira, os EUA apresentaram um rascunho de resolução com novas sanções contra o Irã, pedindo à comunidade internacional que confisque ativos de empresas e pessoas do Irã ligadas à atividade nuclear do país, bem como inspecione e confisque cargas marítimas e aéreas relacionadas ao programa nuclear iraniano. A resolução poderá ser votada em junho na ONU. Os EUA afirmam que o rascunho da resolução tem o apoio dos cinco integrantes permanentes do CS – EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.
Contudo, Brasil e Turquia, que avalizaram o acordo para a troca de urânio por combustível, emitiram juntos ontem um comunicado pedindo que o acordo com o Irã seja levado em conta, e as sanções sejam derrubadas. Brasil e Turquia estão entre os dez integrantes não permanentes do CS.
As potências ocidentais suspeitam que o programa nuclear do Irã seja um disfarce para um projeto de desenvolvimento de armas nucleares. Teerã nega isso e diz que seu programa nuclear tem apenas finalidades pacíficas. As informações são da Dow Jones.