Teerã – As autoridades iranianas lançaram uma campanha contra o rap, estilo musical que se propagou rapidamente nos últimos anos entre os jovens do país principalmente por meio de CDs ilegais e pela Internet, alegando que a música "difunde a imoralidade na sociedade".
"A música em si não teria problemas, mas as palavras obscenas usadas pelos cantores sim. O gênero é declarado ilegal", expressou hoje à agência oficial de notícias Irna Mohammad Dashtgoli, chefe do Conselho para Supervisão e Avaliação de Atividades Musicais, subordinado ao Ministério da Cultura e de orientação islâmica.
"Um grande número de cantores de rap não autorizados já foi identificado e agora, em coordenação com a polícia, serão fechados os estúdios onde é produzido este tipo de música e atuaremos contra os cantores", acrescentou Dashtgoli.
O funcionário admitiu também que a tarefa não será fácil, pois grande parte desta música, cujos textos tratam abertamente de temas políticos e sociais, é divulgada por canais "alternativos" e com a ajuda de portais na Internet.
"Deveremos encontrar uma solução também para isto e deveremos iniciar um trabalho cultural para reduzir a difusão deste tipo de música", disse Dashtgoli.
Desde a chegada à presidência de Mahmud Ahmadinejad, há dois anos, as autoridades iniciaram uma nova ofensiva "moralizadora" da sociedade.
Entre as medidas que já estão em vigor está cobrança de multas e outras sanções às mulheres que não cumprem com suficiente severidade o código de vestimenta islâmico, ou às pessoas que passeiam com cachorros, animal considerado impuro pelo Islã.
Os jovens também podem ser multados por vestirem-se com camisetas com os nomes de grupos de rock ocidentais, considerados "corruptos".
Também ocorrem freqüentemente batidas policiais em festas privadas, quando jovens, tanto homens quanto mulheres, costumam ser presos por dançarem juntos e consumirem bebidas alcoólicas.
