O jornalista Jason Rezaian do Washington Post foi condenado no Irã por espionagem, segundo um porta-voz do sistema judiciário do país. A notícia sobre a decisão foi publicada no jornal norte-americano nesta segunda-feira, no que foi considerado pela equipe de reportagem como uma “injustiça ultrajante”.
Gholam Hossein Mohseni Ejehi confirmou o veredicto em comentários que foram ao ar na TV estatal na noite do domingo, mas não deu informações sobre a pena que o jornalista de 39 anos deve ser submetido. “Ele foi condenado, mas eu não tenho os detalhes”, disse, acrescentando que o condenado pode apelar da decisão em até 20 dias. Em sua reportagem, a TV estatal se refere a Rezaian como o “espião americano”. Se condenado em última instância, o jornalista pode passar duas décadas na prisão. O repórter já está há mais de um ano sob custódia do governo iraniano.
O editor executivo do Washington Post, Martin Baron, destacou em comunicado que o país condenou “um jornalista inocente de crimes graves após um processo que correu em sigilo, sem evidências de qualquer infração à lei”. O jornal trabalha com a família de Rezaian para apelar da decisão e tentar conseguir que o jornalista seja solto com pagamento de fiança. “O desprezível fim deste ‘processo judicial’ deixa aos líderes do Irã uma obrigação de consertar essa erro grave. Jason é uma vítima presa sem causa, mantida por meses em isolamento, sem acesso a um advogado, sujeita à maus tratos físicos e abuso psicológico, e agora condenada sem base”, afirmou o editor.
A advogada de Rezaian, Leila Ahsan, afirmou que não há novidades sobre o caso e que não foi informada oficialmente do veredicto. Rezaian foi preso com sua esposa, que também é jornalista e trabalha para um jornal dos Emirados Árabes Unidos, e dois fotógrafos no dia 22 de julho de 2014. Até hoje, todos foram liberados, com exceção de Rezaian. Fonte: Associated Press.