O Irã sentenciou dois cineastas de oposição a seis anos de prisão cada um, sob acusações de trabalhar contra o sistema de governo. Um dos condenados é o renomado diretor Jafar Panahi, que já ganhou vários prêmios nos Festivais de Cannes e Berlim. Panahi foi ainda proibido de trabalhar com filmes ou sair do Irã durante 20 anos, disse sua advogada, Farideh Qeirat, à agência semioficial ISNA. A advogada prometeu apelar da sentença.

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O outro cineasta apontado como crítico do atual regime, Mohammad Rasulov, recebeu pena de seis anos de prisão, segundo seu advogado, Iman Mirzazadeh. Ele também apelará.

A dupla de cineastas apoiou a oposição nas contestadas eleições presidenciais iranianas de junho passado. Os reformistas dizem que o líder opositor Mir Hossein Musavi foi o vencedor legítimo e que o presidente Mahmoud Ahmadinejad se valeu de fraudes generalizadas para ficar no poder. A reeleição de Ahmadinejad foi questionada por importantes figuras públicas, incluindo cineastas e cantores. Houve grandes protestos nas ruas, violentamente reprimidos.

Panahi foi preso no início de março, em sua casa em Teerã. Ele saiu após pagar fiança em maio. Outro cineasta opositor, Mohammad Nourizad, está cumprindo pena de três anos e meio por disseminar propaganda contra o governo e insultar os líderes do país. O Irã já prendeu mais de 80 ativistas e figuras políticas acusadas de fomentar o descontentamento após as eleições desde agosto, sentenciando-os a penas de seis meses a 15 anos de prisão e até à pena de morte. As informações são da Associated Press.

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