O governo iraniano avalia uma proposta para trocar combustível nuclear caso algumas condições sejam cumpridas, informou hoje, em seu site, a agência de notícias estatal Press TV. A agência cita como fonte da informação um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã.
O funcionário, Ramin Mehmanparast, afirmou durante sua entrevista coletiva semanal que “a prioridade é obter combustível” para o reator de pesquisas médicas de Teerã. Se a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicar um país com urânio enriquecido a 20%, “nós estamos prontos para comprar (esse combustível)”, afirmou o porta-voz. “Além disso, se houver países prontos para uma troca que cumpra nossas condições, nós estamos prontos. Caso contrário, nós produziremos o combustível.”
Uma proposta de acordo apoiada pela AIEA prevê que o Irã envie ao exterior a maior parte de seu urânio pouco enriquecido. Esse material seria mais enriquecido a fim de voltar ao país e ser usado como combustível no reator de pesquisas médicas. O governo do Irã afirma que pode concordar com a troca, caso haja garantias de que o combustível será enviado ao país em um cronograma viável.
O enriquecimento de urânio pode ser usado tanto para produzir armas nucleares quanto para fins pacíficos. Para produzir bombas, o urânio precisa estar enriquecido a mais de 90%. O programa nuclear iraniano é alvo de controvérsia internacional, pois potências como os EUA suspeitam que o país mantém uma iniciativa secreta para produzir armas. Teerã afirma ter apenas fins pacíficos. O envio de urânio ao exterior aumentaria o controle internacional sobre esse material, reduzindo o risco de um programa nuclear secreto. As informações são da Dow Jones.