O presidente eleito do Irã, Hasan Rouhani, qualificou a ocupação dos territórios palestinos por Israel como uma “ferida” no mundo islâmico, em comentários bem mais brandos que os de seus antecessores sobre o assunto.

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Mais cedo, porém, uma agência de notícias iraniana causou polêmica ao veicular que Rouhani dissera considerar Israel uma “velha ferida” que deveria ser removida, mas depois o órgão de imprensa retratou-se e alegou ter citado erroneamente as palavras do presidente eleito.

Antes da correção da notícia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi rápido em condenar as declarações atribuídas erroneamente a Rouhani. O líder israelense pediu ao mundo que eleve as pressões sobre Teerã para que interrompa seu controverso programa nuclear por meio de sanções mais duras e ameaças de ação militar.

“Com a ocupação da Palestina e da estimada Jerusalém, perpetua-se uma ferida no corpo do mundo islâmico”, foram as palavras corretas de Rouhani sobre o assunto, segundo a agência Isna.

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Os comentários vêm à tona apenas dois dias antes da posse e foram proferidos durante a celebração do “Dia de Al-Quds”, a expressão em árabe para Jerusalém. O “Dia de Al-Quds” é um ato anual de apoio aos palestinos.

O presidente eleito também expressou dúvidas a respeito da possibilidade de um acordo de paz entre Israel e palestinos, mesmo se os dois lados retomarem as negociações em Washington na próxima semana, encerrando cinco anos de paralisação nas conversações.

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“Israel se mostra comprometido ao mundo, mas continua suas práticas de expansão”, comentou Rouhani, segundo outra agência de notícias semioficial, a Fars.

Rouhani venceu por grande maioria a eleição presidencial de 14 de junho e vai substituir oficialmente Mahmoud no domingo.

O novo presidente iraniano prometeu seguir o “caminho da moderação” e maior abertura sobre o programa nuclear iraniano.

O Irã não reconhece Israel e, desde a revolução islâmica de 1979, celebra, na última sexta-feira do Ramadã, o “Dia de Al-Quds”. Teerã diz que o objetivo é expressar apoio aos palestinos e enfatizar a importância de Jerusalém para os muçulmanos.

Manifestações contra Israel foram realizadas em cidades de todo o Irã. Na capital, Teerã, dezenas de milhares tomaram as ruas gritando “Abaixo a América” e “Morte a Israel”. Alguns manifestantes queimaram bandeiras norte-americanas e israelenses.

O atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, falou para uma multidão após as orações de sexta-feira no campus da Universidade de Teerã, em seu último discurso antes de deixar o cargo. “Vocês, sionistas, plantaram vento e colherão tempestade”, declarou Ahmadinejad. “Uma tempestade destrutiva está a caminho e vai destruir o sionismo.” Fonte: Associated Press.