O governo do Irã admitiu neste sábado a tomada de um poço de petróleo em uma área disputada da fronteira com o Iraque, mas negou que tenha invadido território do país vizinho. Numa tentativa de evitar um incidente diplomático, Teerã insistiu em que a reserva situa-se em solo iraniano.
“Nossas forças estão em nosso próprio solo e, com base em fronteiras internacionais reconhecidas, esse poço pertence ao Irã”, dizia um comunicado divulgado pelo comando das Forças Armadas iraniana à emissora de televisão via satélite Al-Alam.
Na sexta-feira, a estatal iraquiana South Oil Company denunciou que “uma força iraniana chegou ao campo de petróleo”, situado na cidade de Amara. Segundo a empresa, o contingente iraniano “tomou o controle do poço 4 e içou a bandeira iraniana, apesar de o poço estar em solo iraquiano”.
Bagdá exige que “Teerã retire os homens armados que ocuparam o poço 4” do campo de petróleo de Fauqa, em Amara, e denunciou o incidente como “uma violação da soberania iraquiana”.
No entanto, Ramin Mehmanparast, porta-voz da chancelaria iraniana, acusou hoje “forças externas” de atuarem no sentido de prejudicar as relações entre Teerã e Bagdá, segundo a Agência de Notícias da República Islâmica.
Alaeddin Borujerdi, presidente da comissão de política externa e segurança nacional do Parlamento iraniano, disse que o caso “está sendo examinado por meio dos canais diplomáticos”. Ele também acusou a mídia estrangeira de se aproveitar do incidente como ferramenta de propaganda.
Em Bagdá, funcionários iraquianos disseram que as gestões diplomáticas persistem, mas que uma unidade de monitoração do Ministério de Interior foi posicionada a um quilômetro do campo de Fauqa, mais de 350 quilômetros ao sul de Bagdá.
O poço 4 do campo de Fauqa é parte de uma série de blocos de exploração de petróleo que o Iraque tentou, sem sucesso, leiloar para companhias estrangeiras em junho último. Estima-se que o campo possua 1,55 milhão de barris de petróleo. As informações são da Dow Jones.
