Desafiando as sanções unilaterais e do Conselho de Segurança da ONU, o Irã acelerou seu programa nuclear, impediu a entrada de dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em suas instalações atômicas e negou o acesso a informações que determinariam se o real propósito do programa de Teerã é produzir a bomba.

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Segundo um relatório da AIEA, entre 9 de fevereiro e 20 de agosto, o Irã produziu 22 quilos de urânio enriquecido a 20% em sua usina de Natanz. No passado, o Irã havia enriquecido urânio apenas a 3,5% – o grau necessário para a produção de energia. O governo iraniano alega que começou a enriquecer urânio a 20% em fevereiro para produzir combustível para seu reator de pesquisas médicas.

O Brasil e a Turquia obtiveram um acordo com o Irã em maio para o país trocar urânio enriquecido com um terceiro país por combustível para seu reator de pesquisas. Mas, apesar do acordo, o Conselho de Segurança aprovou a quarta rodada de sanções contra o país em junho.

De acordo com o relatório, os iranianos aumentaram de 5,7 quilos em maio para 22 quilos em agosto a quantidade de urânio enriquecido a 20%. Teerã também teria aumentado seu estoque de urânio enriquecido a 3,5% a 2,8 mil quilos – em maio era de 2,4 mil quilos. Para especialistas, esse volume seria suficiente para construir entre duas e três bombas, mas desde que enriquecido a 90% – tecnologia que o Irã ainda não teria.

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O relatório, que será apresentado no dia 13, em Viena, indica que a recusa iraniana em aceitar inspetores nucleares está prejudicando as atividades da AIEA no Irã, que insiste no caráter pacífico das suas atividades. O documento está sendo divulgado em meio à tentativa de vários governos de relançar uma negociação a partir deste mês com o Irã. O presidente Mahmoud Ahmadinejad disse que está pronto para negociar. Mas insiste que o processo precisaria contar com a participação do Brasil e da Turquia.

Agora, as conclusões da AIEA indicam que uma solução para a crise nuclear no Irã é urgente e insinua que teme o desenvolvimento rápido de programa nuclear com fins militares. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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