O escândalo da maleta de dólares ocupou lugar de destaque na Cúpula do Mercosul. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, emitiu nesta terça-feira (18) novas declarações de apoio à presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner. Segundo ele, a investigação nos Estados Unidos que revelou que o dinheiro ilegal de Caracas era destinado à campanha de Cristina Kirchner é "um lixão". Ao sair do edifício da Secretaria do Mercosul, em Montevidéu, Chávez disse que "tudo é um lixão como já denunciou a presidente" Cristina. O maior inimigo dos Estados Unidos na América Latina se uniu assim na defesa do nome da presidente argentina, fazendo coro com o chanceler uruguaio Reinaldo Gargano, para quem o episódio é "uma operação política para desprestigiar" Cristina Kirchner e prejudicar a Venezuela e sua relação com os demais países da região.
"Nós temos que nos cuidar. Podem semear droga entre a gente, podem semear uma maleta cheia de dólares, uma bomba, trata-se do império mais perverso, que destrói povos, mente", afirmou Chávez à imprensa, ao lado do presidente da Bolívia, Evo Morales. Kirchner e Morales também denunciaram durante seus discursos na cúpula dos presidentes que existe uma "intromissão" estrangeira para tentar criar instabilidade da região.
Em Buenos Aires, a chancelaria solicitou para hoje a presença do embaixador dos Estados Unidos, Earl Anthony Wayne, para manifestar seu incômodo com a situação gerada durante o episódio da prisão dos três venezuelanos e um uruguaio em Miami. Eles foram detidos na semana passada e são sócios do empresário venezuelano-americano Guido Antonini Wilson, que tentou entrar na Argentina em agosto passado, com uma maleta contendo US$ 800 mil sem declarar. O promotor norte-americano, responsável pelo caso afirmou que as investigações que levaram à prisão dos suspeitos revelaram que o dinheiro era para a campanha eleitoral de Cristina.
