Uma ofensiva terrestre contra a Faixa de Gaza é inevitável e deve ser feita o quanto antes se Israel quiser alcançar seu objetivo de reduzir consideravelmente os meios de que o Hamas dispõem para atacar seu território com foguetes. A avaliação é do historiador militar israelense Michael Oren, autor do livro Seis Dias de Guerra (Editora Bertrand Brasil), sobre o conflito árabe-israelense de 1967, e colaborador do jornal americano The Wall Street Journal.
Oren chegou a essa conclusão analisando quatro lições da guerra entre Israel e o grupo xiita Hezbollah no Líbano em 2006. A primeira é que não dá para impedir que milícias como o Hezbollah ou o Hamas disparem mísseis e foguetes contra Israel só com ataques aéreos. Seis dias após o início dos bombardeios contra a infraestrutura do Hamas em Gaza, os foguetes Kassam ainda são lançados pelo grupo palestino diariamente.
Da mesma forma, um mês depois do início da ofensiva no Líbano, o Hezbollah ainda conseguia atacar Haifa. Lá, a ação por terra só começou quando já era tarde demais, o que aumentou suas dificuldades – e aí está a segunda lição, segundo Oren, que ontem esteve no Centro de Imprensa Estrangeira em Sderot, uma das cidades mais atingidas por mísseis palestinos.
Para ele, quanto antes esta ofensiva terrestre começar, melhores serão seus resultados porque, conforme observou na terceira lição aprendida no Líbano, o tempo joga contra os israelenses: “Quanto maior o número de vítimas palestinas, maior será a pressão internacional para que os ataques contra o Hamas sejam suspensos”.