Centenas de milhares de paquistaneses deixaram áreas inundadas hoje depois que as águas do rio Indo subiram, mas muitos se recusaram a deixar a região e outros se abrigaram num antigo cemitério de santos muçulmanos.

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A nova enchente acontece depois de o Taleban ter emitido uma ameaça velada contra trabalhadores humanitários estrangeiros que auxiliam no socorro às vítimas, fato que pode complicar o envio de assistência. Mais de 8 milhões de pessoas precisam de ajuda emergencial em todo o país.

Cerca de 175 mil pessoas tiveram suas casas invadidas pelas águas durante a noite na cidade de Thatta, no sul do país, depois que um dique que protege a cidade foi rompido, disse o funcionário do governo Manzoor Sheikh. Autoridades tentam reparar o dique, que fica a cerca de 125 quilômetros a sudeste da cidade de Karachi.

O dique de Soorjani, na mesma região, também sofreu danos, informou Gulab Shah, que colabora com o socorro às vítimas. “Está além do nosso controle”, disse. “Milhares de pessoas estão reunidas com seus animais de criação e seus pertences”. “Suas vidas estão em perigo, elas não querem partir”.

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Bloqueio

Manifestantes bloquearam uma estrada nas proximidades da localidade com pneus incendiados. Eles disseram que atenderam às ordens de evacuação, mas que agora não têm comida, água ou abrigo. O porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Maurizio Giuliano, disse que cerca de 1 milhão de pessoas deixaram suas casas nos distritos de Thatta e Qambar-Shadadkot desde quarta-feira.

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Ontem, o Taleban paquistanês ameaçou realizar ataques contra trabalhadores humanitários estrangeiros. O grupo militante tem um histórico de ataques contra grupos humanitários, dentre eles agências da ONU.

O porta-voz do Taleban, Azam Tariq, disse que os Estados Unidos e outros países não estão realmente concentrados em fornecer ajuda às vítimas das enchentes, mas têm outros motivos que ele não especificou.