A ex-candidata à Presidência e ex-refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Ingrid Betancourt, disse que apesar de pedir uma indenização de US$ 6,8 milhões pelos mais de seis anos em que ficou em cativeiro na floresta, não tem intenção de mover uma ação judicial contra o governo colombiano para receber o dinheiro.

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Betancourt acusa o governo de ter ajudado a facilitar o seu sequestro, afirmando que os guarda-costas que a acompanhavam foram afastados, embora ela fosse uma candidata presidencial, e que não houve autorização para que ela voasse de helicóptero sobre a estrada controlada pelos rebeldes, onde foi capturada.

A explicação de Betancourt, mostrada na televisão norte-americana em horário nobre no domingo, ocorreu dois dias depois da divulgação de que ela havia aberto um pedido de indenização em 30 de junho. Pela lei, ela tem a opção de processar o governo se não concordar com o valor que julgar aceitável.

A ex-candidata, hoje com 48 anos, destacou durante a entrevista à televisão que sua intenção ao pedir a indenização – tanto para ela quanto para sua mãe e seus dois filhos – foi “abrir o caminho para que outras pessoas que foram sequestradas possam conseguir uma compensação”. Segunda ela, “a ideia nunca foi atacar aqueles que me libertaram”.

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Reação

Os colombianos reagiram com raiva ao anúncio e chamaram a ex-candidata de ingrata. O Ministério da Defesa da Colômbia expressou “surpresa” e “pesar” em relação ao pedido de indenização de Betancourt, em comunicado na sexta-feira. Segundo o documento, Betancourt não tem base para responsabilizar o governo pelo o que aconteceu.

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Betancourt, que atualmente divide o seu tempo entre Nova York e Paris, não mencionou outra possível motivação para o seu pedido. Durante seu cativeiro, o presidente Alvaro Uribe recusou a possibilidade de trocar Betancourt e outros reféns das Farc por prisioneiros rebeldes. Isso enfureceu não apenas a mãe de Betancourt, mas parentes de outros reféns da guerrilha.